É uma droga amar de mais. Tudo que é em excesso, nunca é
bom. Acreditar de mais, confiar de mais,
amar de mais, nada disso faz bem. Eu sempre mantive meus pés no chão quando se
tratava de amar, mas de repente apareceu você que me tirou do chão, me fez
flutuar. Fez-me perder todo aquele negócio de sensatez, de equilíbrio.
Não sou uma pessoa em
que você possa descarregar todo seu amor, e ir embora achando que irei ficar
bem, eu não irei e nem vou. Então não
pense em deixar um bilhete colado na geladeira dizendo que não dá mais ou que não
há mais amor, Deus me livre chegar em casa e encontrar algo desse tipo pregado
na minha geladeira. Juro, não iria saber se me sentaria no chão e choraria até
os olhos doerem ou se iria correr para o telefone na tentativa frustrada de te
fazer voltar.
Então antes de achar que eu posso suportar a sua ausência,
me pergunte, sei que não é uma pergunta que se faz, mas, por favor, me
pergunte! Eu irei ser franca, irei te
dizer que não vou suportar deitar a noite e não ter teus pés gelados no meu ou
chegar em casa e não te encontrar no sofá assistindo aquele teu programa de
humor que eu odeio. Não saberei mais a medida certa para continuar, soa até exagerado,
mas quando se trata de você tudo é muito intenso. É por isso que eu sempre
achei que tudo em excesso acaba com a gente. Não te culpo por não me amar em
excesso, aliás, eu que sou a tola, coloquei amor de mais, esperança de mais, em
um alguém que me amava de menos.
Juliana Sthella