Hoje é quinta-feira


Ando pisando sobre pedras, calejando-me. Sinto um grande vazio, um enorme buraco dentro de mim, não me sacio com nada. Minha fome anda sendo de sossego, como gostaria que meu coração agitado parasse de se debater e aperta-se toda vez que vejo teu carro passar pela janela. Maldita vista, maldito trinta segundos.

Estou debruçada sobre minha própria solidão, novamente! Ela me aconchega e aquece meus pés gelados em dias frios. Ando sendo minha própria companhia. Sento-me com a solidão na mesa e a gente conversa por algumas horas, ás vezes o dia inteiro, sempre toma um café comigo ou senão um chá gelado, assim como você costumava a fazer.

Virei minha casa, moro dentro de mim, de vez em quando esvazio meu peito. Jogo fora coisas que não faz falta mais para mim, mas sinceramente já joguei tanta coisa fora que meu peito anda tão desocupado, que vire e mexe dá certa saudadezinha de ter uma companhia. Não qualquer companhia, a tua, sempre a tua, somente a tua.

De ausência me alimento. De desejo sobrevivo. E a esperança sempre é o que me matem vivo. Por mais que  não lhe tenha mais, minha esperança de me aconchegar em teu calor nunca morre, nunca se acaba, nunca chega ao fim.

Queria ser saudade, igual a saudade que você é para mim, queria ser tuas vontades, sua risada mais calma e a mais escandalosa, queria ser teu primeiro pensamento e o último, assim como você é o meu.

Pobre de mim que acordo sozinha e vou me deitar acompanhada de tristeza. Virei melancolia, virei soluços. Virei nada. Um nada. Um nada sem você.


Juliana Sthella 

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